sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Na sala de espera

As pessoas esperavam sentadas em bancos, alternando sua atenção entre o relógio, o branco da parede e o televisor. Um recém nascido começa a chorar nos braços da mãe, que o aconchega no colo para dar-lhe do seio.

Sentada em outro banco uma mulher de meia-idade assiste à televisão, imóvel, com a concentração dos que, recebendo de forma passiva um estímulo contínuo, encontram descanso para a mente. O tempo flui enquanto ela existe, nesse instante, sem pensar em coisa alguma.
Poucos lugares à sua direita um homem crispa os lábios: seu olhar fixo na parede denuncia que, imerso em pensamentos, vaga por outras paragens. Sem saber, ele tem mais em comum com sua vizinha do que se poderia imaginar: os problemas, fervilhando, ocupam-lhe a mente e o ser, mas da mesma forma é como se ele não fosse.

Tendo terminado de amamentar o bebê, a mãe segura-o junto de si oferecendo com ternura o calor do corpo, onde ele se recosta. Este, tendo saciado sua fome e sentindo-se confortado com o contato e olhar da mãe, pouco depois começa a dormir, alheio a todo o resto.

Na sala, os outros dois eventualmente olham para mãe e filho, e por um momento sentem verdadeira paz.

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