sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Reflexo

Fim de tarde, enquanto respirava ar limpo caminhando pelos paralelepípedos ainda molhados pela chuva que caíra. A liberdade é uma bênção. Os passos me conduziam enquanto a mente vagava por outros caminhos, sem realmente se esforçar para pensar, tateando só de leve as sensações que experimentara durante o dia. Empatia. Indiferença. Esperança. A realidade é só o que vivemos? A felicidade é sempre uma opção?

Vi então um rapaz sentado sozinho em um banco debaixo de um plátano, cabisbaixo e curvado com os cotovelos encostados nos joelhos. Estaria também pensando nas mazelas da vida? Quem sabe por onde estariam vagando seus pensamentos. Mas seja como for, a solidão nos fazia nesse momento, de certa forma semelhantes e companheiros. Era, afinal, uma alma solitária, como eu. Após passar por ele, não pude deixar de olhar para trás para ver melhor sua postura e, nisso, quem sabe, um pedaço de mim mesmo ali sentado.

Foi grande a decepção quando entendi que ele só estava debruçado sobre o celular digitando uma mensagem.