sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pequenas "verdades" (algumas foram tiradas de minha cabeça)

Grande parte dos sonhos (os sonhados durante o sono) são reflexos de nossa condição de solidão e impotência.
Muitas vezes somos reconhecidos por coisas que as pessoas pensam de você, mas pouquíssimas o conhecerão como você realmente é.
Liberdade é poder fazer perguntas sem sentir culpa.
Os vermes causadores de esquistossomose vivem em casal e permanecem fiéis um ao outro.
Cobras venenosas podem picar sem injetar veneno.
Na economia, de certo modo, suas crenças determinam seus atos, que por sua vez determinam seu destino, mas de qualquer forma não se pode prever o futuro. Na vida também.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tempo e dinheiro

Ontem fiz uma lista de coisas que eu faria se eu pudesse, incluindo coisas que eu gostaria de estudar e de praticar. Por exemplo, aprender uma nova língua ou um instrumento musical.
E percebi que tudo ali envolve tempo e dinheiro. Você precisa pagar pelo conhecimento que irá receber sem deixar de dispor de tempo suficiente para estudar e praticar o que quer quer seja. E isto, por sua vez, não deve comprometer as atividades que você exerce para ganhar dinheiro. Percebendo então o equilíbrio que existe entre essas duas variáveis, acabei montando esse gráfico abaixo, uma modelagem simplista da realidade.
Você pode trabalhar bastante e ter dinheiro para patrocinar sua busca por conhecimento, mas não ter tempo para isso (o famoso viciado em trabalho). Ou ter tempo de sobra, mas sem ganhar o suficiente para se dedicar como gostaria às atividades paralelas (meio à deriva). Há ainda outros dois cenários. Um, no qual você trabalha muito e ganha pouco (o pior dos mundos), e outro no qual você tem dinheiro e tempo sobrando para se dedicar ao que quiser (improvável, mas não impossível).
Aí me pergunto o que me tornarei quando começar a trabalhar. É bem possível que um dia desses eu perceba que me tornei um workaholic e precise parar para rever meus conceitos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" - Jeremias 17:9

Quem nunca teve um amor impossível?
Palavras não são capazes de expressar o quanto o jovem sofreu entre noites mal dormidas e dias sem cor, enquanto a contragosto era incapaz de não pensar na pessoa por quem se apaixonara - ó estúpido Cupido burro. Deitado na cama, por momentos puxava os cabelos, se perguntando por que afinal de contas precisava passar por isso.
Existem coisas que, apesar de sabermos, não somos capazes de aplicar em um plano mais profundo em nossas vidas. Sabia muito bem que milhares de pessoas não têm nem uma cama para dormir e também que são assim mesmo essas coisas do coração, pois há mazelas que só o tempo é capaz de curar. Mas que seja - naquele momento nada disso lhe importava de forma real e suficiente para lhe abrandar a dor.
E esta tanto o incomodou que resolveu se livrar do problema à força. Já havia assistido "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", mas desconfiava que a abordagem do filme era ingênua e superficial. O que deveria ser separado de si não eram apenas conexões neuronais - os sentimentos, segundo acreditava, não estavam limitados apenas ao cérebro - todo seu corpo era portador e testemunha de sua paixão, de forma que seria necessário apagar cada vestígio de sua memória inconsciente e visceral que ainda clamava por ela.
E foi assim que passou por complicados processos: diálises, lavagens, raspados e enemas, inúmeras e inúmeras vezes, até que se descobriu sem um pingo do arrebatador sentimento correndo por suas veias. E quando enfim saiu à luz do dia se sentindo refeito e mais leve, percebeu que o sol era apenas um astro a brilhar no céu, cujo azul não era mais do que uma cor tingida de cinza pelas obras dos homens. Tudo, inclusive ele próprio, era agora uma caricatura do que fora, sombras de cores e significados que um dia associara a algo que o fez se sentir verdadeiramente vivo.
Na verdade, sem perceber, já estava ansiando por se apaixonar de novo.